Numa audiência pública realizada na última terça-feira pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a vice-presidente da comissão, deputada Lohanna, tomou uma posição forte contra a cessão da Sala Minas Gerais para a iniciativa privada, um movimento que poderia terminar o contrato de gestão da Orquestra Filarmônica.
O debate, que ocorreu no auditório lotado, girou em torno da falta de diálogo entre o governo do Estado e o setor cultural, especialmente na forma como o acordo foi firmado com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Lohanna criticou a ausência de consultas com entidades relevantes como a própria Filarmônica, o Conselho Estadual de Cultura e a Comissão de Cultura da ALMG.
Além disso, a deputada protocolou dois Projetos de Lei com o objetivo de fortalecer a posição da Sala Minas Gerais e da Orquestra Filarmônica dentro do patrimônio cultural do estado. O primeiro projeto (PL 2.235/2024) reconhece a Sala Minas Gerais como de relevante interesse cultural, enquanto o segundo (PL 2.245/24) faz o mesmo em relação à Orquestra Filarmônica.
Estas ações da deputada Lohanna surgem como uma resposta à decisão da FIEMG de abrir mão do contrato com a Codemig, anunciada também na terça-feira, demonstrando uma possível mudança de direção após a pressão pública e política.
Esta movimentação legislativa e pública sublinha a importância da Sala Minas Gerais não apenas como um espaço físico, mas como um símbolo vital para a música erudita e a cultura em Minas Gerais, defendendo que a administração deste espaço deve permanecer focada no enriquecimento cultural, e não apenas no potencial econômico.